Empreendedores elevam a renda em até 25% após se formalizarem como MEI

30 de outubro de 2025

Empreendedores elevam a renda em até 25% após se formalizarem como MEI



Quase 70% dos MEIs dependem exclusivamente do negócio como fonte de renda, e a formalização pode aumentar os ganhos entre 7 e 25% — Foto: Vinicius Amorim


Ser dono do próprio negócio sempre exigiu coragem. E, desde dezembro de 2008, quando foi criado o modelo de Microempreendedor Individual (MEI), o caminho da formalização se tornou mais acessível para quem deseja empreender. Hoje a abertura do CNPJ pode ser feita em poucos minutos e a emissão de notas fiscais é digital. Essa mudança abriu portas para milhares de brasileiros transformarem ideias em fonte de renda e, não raro, propósito de vida.

Foi o que aconteceu com Karla Manfredini, de 59 anos, moradora de Antonina, cidade litorânea do Paraná e conhecida por sua tradicional bala de banana. Depois de décadas como uma renomada chef de cozinha, Karla decidiu se aposentar em 2020 e desacelerar o ritmo. Mas quem disse que o talento descansou? Percebendo as muitas fábricas de bala de banana na região, enxergou uma oportunidade e criou mais de 40 receitas com o doce, dando origem a uma farofa inusitada que conquistou paladares e ganhou escala. Válido dizer que Karla atua apenas com duas dessas indústrias da bala, que possuem selo de Indicação Geográfica (IG) – conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem.




Da bala de banana, Karla desenvolveu recheios, caramelo, pastel, barbecue, espumas para bebidas, molho para salada e mais — Foto: Acervo pessoal de Karla Manfredini


Há 12 anos à frente da Casa do Mangue, espaço que une gastronomia e hospedagem, Karla viu o MEI como um passo essencial para fortalecer o empreendimento. Em abril de 2024, contou com o apoio do Sebrae e da Sala do Empreendedor do município para formalizar o negócio. “Foi um processo rápido e simples, com a ajuda de um consultor do Sebrae. Logo após, tive um aumento de três até quatro vezes nas vendas”, relembra. Essa ação também trouxe novas oportunidades, como o uso de uma cozinha estruturada, parceria com a cooperativa agrícola Cachoeira em Antonina e a contratação de mulheres da comunidade local.


O crescimento de Karla não é único, mas reflete uma tendência nacional. Segundo levantamento do Sebrae (2023), quem se formaliza como MEI pode aumentar a renda entre 7% e 25%. Esse movimento injeta quase R$ 70 bilhões por ano na economia nacional e potencializa o empreendedorismo. “Na medida em que o empreendedor formaliza, ele interage, inclusive globalmente, para que possa alcançar escala no seu negócio, ter longevidade e aumentar a sua própria renda”, afirma Décio Lima, presidente do Sebrae. Para Karla, os benefícios foram além do faturamento: “O MEI me trouxe reconhecimento, pertencimento. É como estar numa vitrine. Me senti parte de algo maior”, compartilha.



A confiança em se tornar MEI ganha força

Segundo dados do SINAC, o Brasil já soma quase 16 milhões de Microempreendedores Individuais, dos quais 12,4 milhões estão ativos. Apenas em 2025, até 17 de maio, mais de 1,5 milhão de CNPJs foram abertos nessa categoria. Destes, a maioria está no setor de serviços, seguida pelo comércio. Para André Spínola, gerente da Unidade de Estratégia e Transformação do Sebrae, o MEI se consolidou como reflexo da cultura empreendedora do país. “Em média, temos quase dois milhões de MEIs por ano, e isso demonstra como o empreendedorismo está realmente arraigado no brasileiro. Seja em tempos de crise ou bonança, ele sempre está em alta”, afirma.


Segundo o Data Sebrae (2025), o MEI representa cerca de 75% de todos os CNPJs ativos no Brasil. Com um perfil diversificado, André destaca que quase metade dos MEIs estão na faixa entre 30 e 50 anos. As atividades que mais crescem, segundo o especialista, estão concentradas nos serviços de beleza, estética, transporte e alimentação fora do lar.

A melhora na percepção sobre essa forma de empreender também ajuda a explicar esse avanço. Segundo a Sondagem MEI do Sebrae (2025)o índice de confiança do MEI cresceu 0,7 ponto em comparação com o mesmo período do ano anterior. No comércio, o aumento foi ainda mais expressivo: 1,9 ponto. “A confiança reflete o momento do país. Apesar dos custos, temos uma economia aquecida, com mais emprego, mais massa salarial e, portanto, mais consumo. Esse cenário gera mais negócios para as empresas”, afirma Spínola.




Segundo a paranaense, ter se tornado MEI foi fundamental para o seu negócio. Hoje, o propósito da Casa do Mangue é vida — Foto: Acervo pessoal de Karla Manfredini


Indo dos números para a realidade, Karla também viu essa confiança crescer ao se deparar com o sucesso da farofa com bala de banana. Com o intuito de valorizar ainda mais os ingredientes e a identidade local em seus serviços, capacitou-se através da Jornada de Turismo de Experiência do Sebrae em 2022. Também recebeu consultorias para desenvolver as fichas técnicas e conseguir as licenças sanitárias, além de ter aprendido como definir as especificações nutricionais dos seus produtos com a consultoria de inovação, Sebraetec. “Aprendi com o Sebrae que produtos existem vários, mas que a experiência e a memória são únicas. Por isso, uma lição que sempre levo comigo é: procure ter um fator surpresa”.

Dona de uma mão cheia, a chef também faz questão de partilhar o que sabe: ensina gratuitamente suas receitas com bala de banana no próprio espaço, conectando-se a moradores da região e ajudando-os a gerar renda extra. Assim, mostra que o MEI vai além da formalização: transforma talentos pessoais em impacto coletivo.

O empreender como único caminho

De acordo com a Pesquisa Perfil MEI de julho de 2024, a principal motivação para abrir um negócio, citada por 56,2% dos MEIs, foi a necessidade de garantir renda. Mas quase 40% enxergaram no negócio uma oportunidade. Foi justamente pensando nessa chance que a baiana Verônica Dourado Ribeiro Dias criou a foodbike Ôh, Farofeiro! Churrasquinho Gourmet.


Formada em enfermagem e pós-graduada em auditoria em saúde, Verônica atuou cerca de 12 anos na área, mas teve uma virada quando comprou um carrinho de churrasco para o cunhado desempregado — que, para sua surpresa, não aceitou o presente. Assim, Verônica resolveu testar a ideia, começando em aniversários de amigos.

De lá para cá, a Ôh, Farofeiro! cresceu a partir das indicações, visitou diversas cidades na Bahia e expandiu também para casamentos e formaturas. Hoje com duas bicicletas em operação e uma terceira a caminho, traz mais de 40 opções de espetinhos, que vão dos tradicionais às versões doces, veganas e vegetarianas. Entre os destaques: dadinho de tapioca premiado, farofa de pipoca e uma ampulheta para assar tudo no ponto certo. A foodbike também é desmontável e aposta na sustentabilidade, com fardas ecológicas e brinquedos de blocos feitos com sobras de marcenaria. Esse mimo é voltado para os clientes mirins, ideia que nasceu com o envolvimento do marido, Tiago, no negócio.



Por trás do sucesso, Verônica confia no esposo, na mãe e em mais cinco pessoas na equipe para entregar churrasquinho com sabor e inovação — Foto: Cleomário Alves (esq. e dir.) e Danni Oliveira (centro)


Assim como Verônica, a maioria dos MEIs no Brasil tem no próprio negócio sua única fonte de sustento. Ainda segundo a pesquisa de Perfil do MEI (2024), 76,2% dos MEIs, não têm nenhuma outra fonte de receita. Para a empreendedora, organizar, padronizar, delegar tarefas e contar com o apoio do Sebrae foram pontos essenciais para seguir crescendo.

Ao longo da jornada, ela participou de consultorias, cursos de alimentação e higiene, eventos presenciais e fez o Empretec, principal programa de formação de empreendedores do mundo. Visionária, Verônica também levou ouro no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024 na Bahia, representou o Nordeste nacionalmente e foi bronze em todo o Brasil. Para as empreendedoras que quiserem concorrer em 2025, o prêmio está com inscrições abertas. Mais recentemente, Verônica também ficou em quarto lugar no projeto Startup Nordeste, que selecionou 80 entre quase 3 mil iniciativas inovadoras. Churrasquinho com sabor de vitória!

Recursos para a jornada de quem microempreende

Começar a empreender nem sempre é fácil, principalmente no Nordeste, onde 65,7% dos MEIs relatam dificuldade de acesso a crédito, segundo a Sondagem MEI do Sebrae (2025). Mas isso pode mudar com a orientação certa. Para o especialista Enio Duarte Pinto, gerente da Unidade de Relacionamento com o Cliente do Sebrae, buscar crédito pode ser um bom caminho, desde que feito com planejamento:


“Crédito, desde que bem aplicado, pode ser uma forma de alavancar significativamente o seu negócio. Por isso, criamos o programa Crédito Orientado e Assistido, que ajuda o empreendedor a identificar quanto realmente precisa, qual é sua capacidade de pagamento e qual a melhor linha de crédito no mercado com taxas, prazos e garantias adequados. E mais: temos o FAMPE, Fundo de Aval para Micro e Pequenas Empresas, onde o Sebrae entra como avalista do crédito, para que o empreendedor possa acessá-lo sem dificuldades.”

Foi o que aconteceu com a Verônica. Ela chegou a fazer mentoria sobre crédito, conheceu os melhores caminhos e instituições, mas não precisou recorrer a um financiamento. A ideia dela é buscar esse apoio no futuro, quando for hora de expandir o negócio por meio de franquias e investir em outro sonho: comercializar congelados para grandes empresas.

Ferramentas práticas para o MEI

Quem pensa em empreender pode contar com uma ajuda e tanto: o Sebrae realiza há 16 anos a Semana do MEI, com orientações, consultorias e soluções gratuitas para quem já tem ou quer abrir o próprio negócio. A edição deste ano, que ocorre nos dias 26 a 30 de maio, trouxe uma novidade: o Esquenta, um podcast ao vivo com convidados abordando temas que todo empreendedor necessita no dia a dia. Confira os episódios já disponíveis aqui.


A Semana do MEI oferece uma programação recheada em todo o Brasil: atendimentos presenciais, unidades do Sebrae Móvel, lojas colaborativas e uma série de cursos e consultorias sobre gestão, vendas, inovação, crédito, marketing e mais.

A escolha de maio para o evento não é à toa. É nesse mês que termina o prazo para a entrega da Declaração Anual de Faturamento (DASN-SIMEI), uma das obrigações do MEI — junto com o pagamento mensal do DAS, que varia entre R$ 75,90 e R$ 80,90, dependendo da área de atuação. O recolhimento desses valores garante acesso a benefícios como aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte, entre outros.

Se tiver dúvidas, o Sebrae pode ajudar. É só entrar em contato pelo número 0800 570 0800, que funciona 24h por telefone ou WhatsApp. E, para quem prefere resolver sozinho, o Sebrae explica em vídeo o passo a passo para fazer a DASN aqui.

Se você também quer crescer e encantar como a Karla e a Verônica, o especialista Enio recomendou quatro jornadas completas do Sebrae para te apoiar. Tudo gratuito e on-line:

•Abriu seu MEI e não sabe por onde começar? Jornada Empreenda MEI.

•Coloque as contas e obrigações fiscais em dia com a Jornada Regularize MEI.


•Desenvolva competências, melhore vendas e estruture sua gestão com a Jornada Profissionalize MEI.

•Pronto para crescer e virar Microempresa (ME)? Descubra os caminhos na Jornada TransforME.

Conheça mais soluções para o MEI no portal do Sebrae.


Por Arthur Guimarães 29 de outubro de 2025
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